Resposta à Pandemia de COVID-19

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Estratégias de enfrentamento às questões de saúde mental que envolvem a pandemia de Covid-19 a partir do olhar da Psicologia Africana/Preta.

[Tradução realizada pela psicóloga Roberta Federico a partir do texto originalmente intitulado: ” Responding to the COVID-19 Pandemic | Five Star Family Enhancement Plan “Zola Up on Us”, criado por Wade W. Nobles, Ph.D; Ifágbemì Sàngódáre, Nana Kwaku Berko I, Bejana, Onebunne; Co-fundador e ex-presidente da ABPsi; Professor Emeritus of Africana Studies and Black Psychology, Department of Africana Studies, San Francisco State University Founding Executive Director, The Institute for the Advanced Study of Black family Life & Culture, Inc. Nkousohene (Sub-Chief for Development) Nana Kwaku Berko I, of Akwasiho-Kwahu Traditional Area, Ghana West Africa]

Plano de Aprimoramento da Família Cinco Estrelas

Zola (amor) acima de nós”

A ABPsi não endossa ou apoia nenhuma crença sem fundamento e/ou estratégias propostas para responder à Pandemia Mundial de COVID-19. Entre outras declarações, treinamentos e podcasts, a ABPsi oferece para sua consideração um Plano de Aperfeiçoamento Familiar em resposta à Pandemia de COVID-19.

Plano de Aprimoramento da Família Cinco Estrelas

A história nos ensina que desafios à saúde e segurança, alimentados pela falta de informações e total ignorância e intolerância, inflamam as ansiedades e medos das pessoas (particularmente nós). O COVID-19 não é exceção nesta forma peculiar de responder.

É melhor estar preparado do que remediar.

Em primeiro lugar, não devemos entrar em pânico ou ficar excessivamente alarmados com esta crise. Porque ela também deve passar. É importante entender que o COVID-19 é uma “doença respiratória” que se espalha principalmente de pessoa para pessoa. A vida deste vírus varia. É detectável no ar por três horas. Pode viver em plásticos por até 72 horas, em aço inoxidável por até 48 horas, em papelão por até 24 horas e em cobre por até 4 horas. Atualmente, não há vacina disponível ou tratamento curativo. A melhor estratégia preventiva é evitar contato ou exposição.

O plano dos 5 R’s

(Lembrar, Recordar, Renomear, Revitalizar e Recompensar)

[no original: Remember, Remind, Reframe, Revitalize and Reward]

Começamos esse plano com “amor”. Em nossas crenças africanas tradicionais (KiKongo), “amor” é chamado “Zola” e “Zola” ativa nossa “capacidade de autocura”. Deveríamos “Cobrir de Zola” nossas famílias, uns aos outros e todos que apreciamos. Ao nos envolvermos no plano cinco estrelas, nos envolvemos em atividades que ativam nossa capacidade de curar e estar bem.

Lembrar: Lembrar quem somos e de onde somos. Devemos lembrar que somos um povo magnífico nascido do ventre da Mãe África. Somos africanos vivendo na diáspora (EUA). De Kemet (Egito) a Kansas City, do Sudão ao Suriname, de Ouagadugou a West Oakland, da África do Sul à Carolina do Sul, de St. Croix a St. Louis, do Mali a Mississippi, de Brixton ao Brooklyn, nós fomos e criamos nossos filhos visionários corajosos, pacificadores, agentes do poder, estudiosos e cientistas, magnatas dos negócios e curandeiros. Somos impressionantes além da medida e tão antigos quanto as origens da própria humanidade. Pertencemos a um povo profundamente enraizado no espírito, que se expressa em nossos corpos, tradições de família e parentesco.

Recordar: Mesmo que muitos de nós desejasse que não fosse assim, a supremacia / racismo dos brancos ainda é a base da sociedade americana; e, quando se trata de negros, independentemente do status socioeconômico, vivemos em um ambiente tóxico e hostil. Devemos lembrar a nós mesmos que, durante o surto do vírus Ebola, a barriga da supremacia branca neste país facilitou a expressão de mais ataques raciais e sentimentos anti-negro com base na cor da pele. Não devemos esquecer a história dos testes de sífilis operados pelo governo em nossos ancestrais, a esterilização forçada de nossos pobres ou o governo ter sancionado a violência policial ostensiva contra nossos jovens.

Suspeitar do que realmente está acontecendo é bom. Apenas não fique indevidamente alarmado, com medo e imobilizado com seu terror.

Pense em maneiras de “Cobrir de Zola” um ao outro como um lembrete de quem nós somos e de onde somos.

Renomear: em resposta aos vários pedidos de que fiquemos em casa, regiões selecionadas para ficar em quarentena etc., refaça a classificação dessas diretivas de acordo com o nosso jeito de caminhar na vida. Ficar em casa não deve ser compreendido como um pedido para criarmos e defendermos nossas “cavernas familiares (humanas)” criadas apenas para poucos sobreviverem. Não escorregue para o individualismo, egoísmo e medo. Nosso caminho honra o coletivo, a elevação e o aprimoramento de todos nós.

Pense em maneiras de “Cobrir de Zola” como maneiras de redefinir as várias estratégias de sobrevivência para trazer segurança e proteção a todos nós.

Revitalizar: É muito importante que dediquemos esse tempo a uma alta consideração e profundo respeito à ideia de família. Temos a oportunidade de examinar nossa vida e viver como família centrada. Podemos usar esse tempo para recordar e / ou recriar as maneiras que desfrutamos e aprendemos ao estarmos juntos. Este pode ser um momento para reestruturar nosso espaço de vida, de modo que tenhamos áreas para honrar nossos ancestrais, ficar quieto, ter um repositório familiar de recordações, construir uma biblioteca dos vinte livros que as crianças negras deveriam ler e os vinte livros que todos os pais negros deveriam ler. Com a reforma do espaço, seria um bom momento para se envolver também em atividades de revitalização familiar. Poderíamos ler para nossos filhos e tê-los lendo para nós. Podemos co-criar jogos familiares que inspiram e elevam através da imaginação. Poderíamos fazer em co-autoria uma peça teatral vitoriosa da família com todos que desempenham um papel. Use esse tempo para co-criar a refeição mais deliciosa e nutritiva usando ingredientes antivirais e fortalecedores do sistema imunológico, como pimenta caiena, alho, orégano, maracujá, açafrão, mel, equinácea, camomila, frutas e verduras. Esse pode ser o momento perfeito para entrevistar e registrar as histórias de vida dos membros mais velhos da família. Poderíamos ter nossos filhos fazendo chamadas de vídeo para para os membros ausentes simplesmente para dizer “eu te amo”.

Pense coletivamente sobre os rituais gerados pela famílias que “Cobrem de Zola” um ao outro para revitalizar nossa vida e existência.

Recompensa: Agradecer por fazer o bem é essencial para melhorar o tecido da família. Deveríamos fazer o bem, porque é bom fazer o bem. Recompensar nossa bondade em palavras, canções e ações é a melhor prática recomendada que reconhece nosso merecimento e valor. Garotinhas dançando com os pais ou garotinhos dançando com as mães é gratificante e restaurador. Ver nossos pais dançando e rindo juntos é curador. Dizer que “sou melhor por sua causa” ou que “minha vida vai melhor com você” é gratificante.

Coletivamente, pense em maneiras pelas quais podemos reconhecer e recompensar o bem que é “Cobrir de Zola” nossas famílias, uns aos outros e todo mundo que prezamos.

Em geral, a ABPsi incentiva você a ter discussões em família sobre como você vê qualquer um dos cinco R’s se expressando em sua casa ou na comunidade em que você mora.

[O documento original trouxe uma lista de telefones disponíveis e que podem ser necessários durante a quarentena. Segue a lista com os telefones úteis em contexto brasileiro. ]

– Corpo de Bombeiros: 193;

– Centro de Valorização da Vida (prevenção ao suicídio): 188;

– SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: 192;

– Central de Atendimento à Mulher: 180;

– Direitos Humanos (denúncias contra violência, abuso sexual, agressões físicas e/ou psicológicas cometidas contra crianças e adolescentes, denúncias de pessoas em situação de rua, da população LGBT, de pessoas com deficiência e idosos): 100;

– Procon (em caso de aumento abusivo dos preços, direito do consumidor): 151.

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